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sexta-feira, 30 de março de 2012

Sonho e Linguagem - Parte II

pintura de Jim Warren


"...Os povos Antigos não falavam no sonho como um fenômeno psicológico e sim como experiências concretas da alma separada do corpo, mensagens enviadas por divindades ou como contato com espíritos e seres de outro mundo..."


"...os sonhos representam a voz da nossa consciência, sendo muito necessário ouvi-la..."


"...O “despertar da consciência” está muito ligado a interpretação da linguagem dos sonhos porque quando nós sonhamos, abrimos um alçapão..."




Se o sonho é uma linguagem simbólica, decifrá-los seria um ato de força e coragem, pois nos traria autoconhecimento. Entender a linguagem dos sonhos é traduzir nosso “modo operante”. Mas como entender esse idioma? Muitos estudiosos do assunto nos forneceram inúmeras teorias para solucionar o mistério, todavia existem três delas que podem ser consideradas como as mais importantes:

1- * A teoria freudiana que afirma que todos os sonhos são manifestações da natureza não racional do homem;

2- * A teoria junguiana que coloca os sonhos como produto do inconsciente coletivo, revelando conhecimentos que transcendem o indivíduo;

3- * Uma terceira corrente que coloca os sonhos como uma atividade mental que revela nossos anelos irracionais, mentais e morais.

A interpretação dos sonhos é algo que fascina o homem desde o princípio. Os povos Antigos não falavam no sonho como um fenômeno psicológico e sim como experiências concretas da alma separada do corpo, mensagens enviadas por divindades ou como contato com espíritos e seres de outro mundo. Cada sonho era interpretado numa determinada estrutura cultural e referências religiosas e morais.

A interpretação psicológica dos sonhos procura compreendê-los como a expressão da mente que sonha. Existe uma ligação significativa entre temperamento e conteúdo sonhado. Homero já citava o sonho como uma manifestação de nossas faculdades, quer racional ou irracional e Sócrates dizia que os sonhos representavam a voz da nossa consciência, sendo muito necessário ouvi-la. Já Aristóteles nos falava sobre a natureza racional do sonho e supunha que durante o sono éramos capazes de percepções mais precisas de ocorrências corporais sutis; ele colocava que muitos sonhos eram acidentais e que não mereciam ser creditados como funções preditórias. Freud colocou que todos os sonhos, sem exceção, tem significado e constituem comunicados importantes para nós mesmos.

Cada um de nós é seu próprio instrumento para decifrar a linguagem dos sonhos. Não existe nenhuma pessoa privilegiada, pois o sono é uma atividade física inerente a todos. Kant escreveu que “os sonhos são idéias que a gente não lembra ao acordar”; segundo seus estudos, o homem não dorme completamente e tece as ações de seu espírito junto as impressões dos sentidos externos; portanto, se recordaria posteriormente de parte deles.

Os sonhos possuem integridade e tem uma consciência dupla, são tanto sub como objetivos. Mostram-nos que cada ação, cada pensamento, cada causa é bipolar. Somos conduzidos por essa experiência às causas e inteirados da identidade de todos “efeitos”. Ao traduzir a linguagem onírica aprendemos que as ações que repudiamos provêm dos mesmos sentimentos que aceitamos. O sono retira a máscara da realidade e o sonho nos arma da liberdade que converte tudo em ação.

Entender a linguagem dos sonhos requer não só conhecimentos, mais muita prática e paciência. Significado e função dos sonhos são questões muito ambíguas: desejo irracional ou discernimento de energias e acontecimentos? Eu inferior ou eu divino? A linguagem dos sonhos está estruturada sobre as nossas experiências sensoriais. Nossas lembranças vão formando um todo sólido que se insere em nossas ações atuais e por trás das lembranças, existem outras milhares, armazenadas no subconsciente. O “despertar da consciência” está muito ligado a interpretação da linguagem dos sonhos porque quando nós sonhamos, abrimos um alçapão e permitimos que a claridade destrua o “véu de maya” e abra o “portal da verdade”, o acesso as nossas faculdades mais humanas.

* Saviitri Ananda é terapeuta holística (Ayurveda, Reiki, Aromoterapia) e consultora em Tarô, Mapa Astral; formada em Psicologia, Jornalismo e Ed. Física (UFPr); pós graduada em Artes, Psicologia Comportamental e Naturoterapia. Desenvolve estudos sobre tantra, multidimensionalidade, eubiose e cura quântica – Curitiba/PR.
E-mail:
saviitri@gmail.com

Permitida a reprodução em qualquer meio, desde que citada a fonte e mantidos integralmente todos os créditos.
Honre o Divino em você, honrando o Divino nos outros.
Fonte AQUI

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